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sábado, 14 de abril de 2007

Quanto vale um aluno de enfermagem?



Repescando a sapiência da colega Sandra na proliferaçao de frases oportunuas, resolvi postar sobre o valor comercial de um aluno de enfermagem.
"As coisas que tenho de ouvir para ter a um diploma!!"
Terá sido mais ou menos nestes termos, que a nossa colega, durante uma viagem para o C.S de Castro Verde se refriu, a propósito de um acontecimento ocorrido( poderá ser intitulado de Smell in your face), à sua/nossa condição ingrata de estudante de enfermagem.
Reflectindo sobre isto, depois de um refresh memory feito pela colega Sara, vou registar para aqui, no Baú das memórias, dois episódios ocorridos em ensino clínico e que, considero serem elucidativos do valor de um aluno de enfermagem.

Episódio 1
- A determinada altura do ensino clínico 1 (1ºano/1ºsemestre), realizado num determinado serviço de medicina, num determinado hospital, vivia-se (continua-se a viver?!) um periodo de crispação entre alunos de enfermagem vs. auxiliares de acção médica.
Se é verdade que nesta altura eramos "uns burros vestidos" no que à enfermagem diz respeito, também era verdade, que tinhamos todos pelo menos 18 anos e portanto, não eramos propriamente estúpidos e ignorantes no que respeita à vida.
O episódio em concreto, passou-se quando eu tentava, a muito custo, fechar uma estúpida cadeira de rodas (3 anos depois continua a ser estúpida), que não se queria fechar.
Observando este duelo de titãns, uma muy nobre e inteligente (tipo com 150 QI) sra. auxiliar de acção médica (A.A.M) encostada numa ombreira de uma porta da enfermaria, afirma convicta :
"Cortava o meu pescoço com uma faca, se não conseguisse fechar essa cadeira!"
Eu, na minha posição de elemento mais novo , localizado na base de toda a cadeia alimentar que é um hospital, desisti do combate e dei rédias à sra. A.A.M.
O duelo tinha agora novos protagonista...agora era aquela senhora que se debatia com a cadeira...
Alguns tempo depois, encostado no meu canto a ver a cadeira ser pontapeada até à quase destruição, com vós tímida mas sarcásticamente perguntei à sra. A.A.M: "Quer que vá buscar a faca!!"
Obviamente que a cadeira venceu o duelo (ainda hoje a bendita cadeira teima em não se fechar!); Eu expremi o que tinha engasgado; A sra. A.A.M entregou as armas.
Moral do episódio 1 - Em ensino clínico (pelo menos até ao 3º ano), os alunos de enfermagem são sempre as presas do A.A.M e são sempre seus subserveniente. (Quem vai buscar, aplicar, lavar, tapar com um papelinho e despejar na sala de sujos a arrastadeira e urinol é o aluno; quem supervisiona o processo é a A.A.M!)

Episódio 2 -
Mais um episódio que mostra bem o que valemos e que deverá ainda hoje estar retido na memória de todos. Mais um mito que se veio a provar ser realidade.
No mesmo hospital do episódio anterior mas, já no 2º/2º, eis que é emanada uma "recomendação" (entenda-se ordem" pela administração desse referido hospital e que constava em traços gerais do seguinte: Os alunos (entenda-se nas entrelinhas: que por serem a classe mais despresível de um hospital) deveriam comer fora do horário de refeição dos "PROFISSIONAIS" do hospital, isto é, comer antes 12h às 12h30m ou das 14h às 14h30 já que, "ocupavamos" muitos lugares, fazia-mos grandes filas e, consequentemente, os referidos "PROFISSIONAIS" atrasavam-se.
Na minha opinião, das duas uma:
- Ou o aluno de enfermagem é um bixo muito feio e causa naúseas e vómitos aos srs. "PROFISSIONAIS" e, sendo assim, devem pedir ao seu médico de família uma metoclopramida 1cp perós antes das refeições;
- Ou os alunos de enfermagem "andam ali a brincar" e, deste modo, não precisam de se alimentar, apenas "petiscar" e devem deixar o refeitório, assim como as horas de almoço, para quem realmente trabalha.
Utilizando a mítica frase da EuroNews: No comments, termino este post com a foto da moeda de 1 cêntimo.

P.S - Reflexão:
A moeda de 1 cêntimo está para a vida como o aluno de enfermagem (pelo menos até ao 3º ano) está para os funcinários do hospital. Todos o vêm, pisam-no, mas ninguém se curva para lhe pega, pois não vale de nada!!.

5 comentários:

Anónimo disse...

poi é colega o que dizes não tem uma pinta de mentira infelizmente, mas bem dizes que é até ao terceiro ano e só tenho pena de nessa altura não termos os conhecimentos e a maturidade que temos agora pois que haveria muitas auxiliares que se punham no lugar dela lá isso punham. Hoje nem se atrevem a mandar um pio e tratam-nos como reis mesmo não pertencendo ainda ao reinado.

Aproveito para dizer que gostei desde blog... Tá castiço!!

Abraço do colega

Anónimo disse...

caro colega! venhu por este meio felicitar sua graciosidade por tentar manter este blog a respirar!!! sei k e uma tarefa dificil, mas sei que se alguem tem pachorra para tal é o colega! ja fiz a minha parte deixando um comentario anonimo nos sapatos prada, i agora vou revelar a minha identidade secreta aki!!! :P
é verdade sim senhor os auxiliares sao uns bixos que devem ser abatidos, mais ao menos ate ao 3º/4º ano, depois começam a agaxar-se (literalmente)... um abraço

Anónimo disse...

caro colega! quanto à segunda parte do seu post só posso dizer que concordo inteiramente contigo... essa triste norma/directiva/circular ou o que quer que seja foi de muito mau tom... o aluno de enfermagem tem exactamente o mesmo direito ao uso do refeitorio da instituiçao em causa, como qualquer outro profissional da instituição...
quanto à 1ª parte do seu post... ai tenho algumas divergencias em relação ao seu ponto de vista...
sou enfermeiro há já algum tempo e lembro-me como "eram as coisas no meu tempo". se é verdade que o aluno de enfermagem é a base ca cadeia alimentar, que é um hospital, tambem não deixa de ser verdade que cada vez mais encontro nos alunos de enfermagem uma menor modestia...
o aluno de enfermagem pode e deve confrontar um profissional (Enfermeiro; AAM ou Medico) desde que tenha conhecimentos teoricos e que os saiba fundamentar... infelizmento tenho ultimamente vistos "alguns alunos" (felizmente nao sao todos)confrontarem colega (enfermeiros) sem terem os conhecientos para tal... e não menos grave, confrontarem-se com AAM, usado como argumento e passo a citar: "Eu a que sei... afinal quem é que anda a tirar o curso de enfermagem?"
este não é certamente o argumento cientifico mais correcto num confronto...
caro colega, não tenha duvidas, que qualquer enfermeiro ao ouvir este tipo de comentarios ou argumentos irá defender o membro da equipa, ou seja o AAM... não quero de maneira nenhuma pense que não gosto de ter alunos estagiar... o facto de haver alunos num serviço é extremamente benefico... quebra a rotina de fazer por fazer... obriga-nos a pensar e a fundamentar o que fazemos...
abraços e boa sorte para este blog

Fiori de Lutchy disse...

Estou cursando graduação em enfermagem, e de todas as vezes que eu fui à um hospital ou unidade de saúde, jamais me faltaram com respeito ou com inferioridade. Acho que a melhor resposta para uma pessoa que tenta lhe rebaixar é fazê-la reconhecer tua competência. A postura do profissional de enfermagem deve ser mantida em qualquer circunstâncias. Impondo sua postura você não deixará espaço para ti menospresarem.

Anónimo disse...

Il semble que vous soyez un expert dans ce domaine, vos remarques sont tres interessantes, merci.

- Daniel